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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

TEORIZANDO A INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

1- A importância da interpretação de textos

A importância dada a questões de interpretação de textos deve-se ao caráter interdisciplinar dessa atividade, de máxima importância para a cultura geral.
Já está vulgarizada a expressão “interpretação de textos”, querendo significar, nas provas objetivas que hoje profusamente são feitas em exames e concursos em geral, o processo que consiste na identificação de idéias de um texto. No processo, busca(m) – se:

a) a idéia principal (ou básica);
b) as idéias secundárias;
c) o reconhecimento de palavras ou expressões que possam dar validade ao entendimento das idéias expressas no texto.

Num sentido mais amplo, interpretar um texto significa todo e qualquer trabalho que tenha motivação a partir do próprio texto, objetivando a compreensão do conjunto, das relações e das estruturas.
Disso, conclui-se que:
Na interpretação de um texto, o que interessa é o próprio texto.
E mais:
Tudo o que é necessário para justificar o nosso entendimento encontra-se no texto ou dele se depreende.

2- Os tipos de textos:

São variados os textos para interpretação.
A fim de podermos trabalhar dentro dos limites necessários aos objetivos que propusermos, vamos enumerar três tipos de textos a interpretar.

Como instrução geral, podemos dizer que uma hipótese interpretativa é aceitável sempre que o texto apresenta pistas (mais de uma) que a confirmam e sustentam.


a) Textos de sinônimos (ou antônimos):
É muito comum aparecerem questões envolvendo o conhecimento de sinônimos e, às vezes, de antônimos.

Vejamos os exemplos:

Não há crime onde não houve aquiescência.

Indicar, entre as alternativas, a que poderia substituir a palavra grifada, sem alteração do sentido da frase:
A ( ) arrependimento
B ( ) conhecimento
C ( ) consentimento
D ( ) intenção
E ( ) premeditação

LEMBRETE
É importante observar que há possibilidade de uma palavra adquirir um sentido restrito ao contexto. Neste caso, no sentido definido pelo texto, temos o significado atual.
Por exemplo: Todos haveremos de morrer um dia.
Morrer = finar-se, falecer, dizer adeus ao mundo, acabar, terminar, bater as botas, etc.
Já no texto: Ele morre de amores pela filha do vizinho, o significado de morrer adquire o sentido de gostar muito de.



Vejamos num texto:
“Amara caminha para o piano. Seus dedos magros batem de leve nas teclas. Duas notas tímidas e desamparadas: mi, sol ... Mas, a mão tomba desanimada. O olhar morto passeia em torno, v6e as imagens familiares: a cama desfeita, os livros da noite, empilhados sobre o mármore de cabeceira...”
A palavra morto, em ” O olhar morto passeia...”, significa:
A ( ) falecido
B ( ) matado
C ( ) perdido
D ( ) finado
E ( ) acabado

b) Texto de interpretação baseado em frases:
Nesse tipo de interpretação, devemos escolher a alternativa cuja idéia está de acordo com o texto, eliminando as que contenham dados contrários, alheios, exagerados ou divergentes em relação ao texto.

‘’Parece muito difícil generalizar entre nós o uso do cheque. Brasileiro gosta mesmo é de receber aquele Santos Dumont de chapéu desabado e ar angélico, deslumbrado de tantos zeros em sua cédula de dez mil. Ou um melancólico Floriano, a garantir, atrás do bigode mongólico, a autenticidade de seus cem cruzeiros. Negócio de ver o freguês rabiscar uma ordem dirigida a um banco não apetece a ninguém. O talão pode ser furtado. O signatário pode não ser o próprio nem residir onde alega. A conta bancária pode estar gélida. Enfim, uma porção de possibilidades indesejáveis se antepõem entre o papelucho e a ambiciosa “moeda corrente nacional”.

: Segundo o texto, brasileiro não gosta de receber cheque, porque:
A ( ) normalmente o cheque não tem fundo.
B ( ) o dinheiro vale mais do que o cheque.
C ( ) somente o dinheiro em “moeda corrente nacional “inspira confiança.
D ( ) o talão de cheques é normalmente falso.
E ( ) em geral, a assinatura do cheque não confere com o registro bancário.

c) Texto cuja interpretação é baseada em síntese:
Neste tipo de texto, o trabalho consiste em reduzir o texto a uma só idéia ( a idéia básica). Devemos, para tanto, escolher a opção que encerra essa idéia:

O Japão, elevado à condição de terceira potência mundial, conserva ainda muito de sua milenar cultura, embora o influxo de outras civilizações, especialmente a norte-americana.

Segundo o texto:
A ( ) A cultura japonesa sofre a interferência de outras civilizações.
B ( ) Como terceira potência mundial, o Japão ainda é tradicional.
C ( ) O tradicional japonês é uma realidade, embora seja uma grande potência.
D ( ) A elevação do Japão à condição de terceira potência mundial não alterou sua cultura.



ORIENTAÇÕES GERAIS


Com a finalidade de auxiliar o raciocínio de quem deve responder a questões de compreensão de textos, observe o seguinte:

1) Atenha-se exclusivamente ao texto.
2) Proceda através de eliminação de hipóteses.
3) Compare o sentido das palavras; às vezes, uma palavra decide a melhor alternativa.
4) Tente encontrar o tópico frasal, ou seja, a frase que melhor sintetiza o texto.




Para tanto, guarde as palavras:

1) INVERSÂO: as informações contidas nas alternativas contradizem o texto.
2) FALTA: quando na alternativa faltam informações essenciais.
3) EXCESSO: quando na alternativa se encontram informações estranhas ao texto.
4) DENOTAÇÃO: quando a palavra tem um significado dicionarizado, um sentido concreto, palpável e visual.
3) CONTOTAÇÃO: a palavra não é dicionarizada e tem um sentido figurado, metafórico. Uma mesma palavra possui vários significados nitidamente diversos.


LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS



1 – Tema: é a intenção maior do autor, a mensagem principal, o seu sentimento mais profundo.

2 - Assunto: é a linguagem utilizada pelo autor, revestida de idéias e recurso estilísticos que irão transferir para o leitor, no seu bojo, o tema. O assunto são as diversas circunstâncias apresentadas no desenvolvimento do tema.

3- Ação: chama-se ação ou circunstância o que está em redor, a condição particular que acompanha um fato, o acidente que o atenua ou agrava. A pessoa, o lugar, o tempo, a causa, o modo e os meios são fatores dentro da ação.
4 - Personagem: é o ser capaz de veicular a proposta do autor. É o elemento responsável por incorporar a intenção do autor e é sobre ele que se centrará toda a natureza.
5 - Foco narrativo: toda narrativa tem por pressuposto básico o encadeamento de situação. Porém, ela deve ter uma intenção fundamental, ou seja, ela deve girar em cima de uma idéia fundamental, e a essa idéia chamamos FOCO NARRATIVO.

6 - Tempo: a gramática nos ensina que há três tempos fundamentais:

6.1 – Presente: teoricamente não tem duração, porém pode ser concebido como um lapso de tempo mais ou menos longo, se bem que indivisível.
6.2 - Passado: o passado é indivisível, isto é, há um passado que pode ser anterior a outro igualmente passado, é o que chamamos Pretérito-mais-que-perfeito, e há o passado comum que é introduzido nos Pretéritos perfeitos e Imperfeito.
6.3 - Futuro: o futuro também é indivisível, sendo que pode ser visto à luz do passado, chamado Futuro do pretérito, e o futuro certo, chamado de Futuro do presente.

7 – Espaço: é o lugar onde se desenvolve ação expressa.

8 - Causa: podemos expressar as circunstâncias de causa de vários modos. O processo mais comum é o de nos servimos de adjuntos ou orações adverbiais, além de estruturas de frases, que encerram relação casual.

9 – Discurso: é a representação textual das palavras do personagem, ou seja, é a representação na íntegra tal como ele as pronuncia. A este tipo de discurso, damos o nome de Discurso Direto. O discurso é chamado indireto, quando o autor dá às idéias do personagem uma representação.
É indireto-livre, que é o misto dos dois anteriores, ou seja, a fala do personagem é incluída diretamente na fala do autor sem qualquer introdução.

Observe como introduzir o discurso direto (registro da fala das personagens) em meio a uma narração, bem como transformá-la em discurso indireto.

a- A mulher, depois de ter comprado todos os legumes e frutas necessárias, perguntou ao feirante onde ficava o ponto de ônibus para o centro.
b- A mulher, depois de ter comprado todos os legumes e frutas necessários, perguntou:
- Onde fica o ponto de ônibus para o centro?
- Há um ponto logo na esquina – respondeu o feirante.

No caso B, temos o discurso direto.

Observe a presença do travessão () que introduz a fala da personagem e também para marcar a separação da fala da personagem da explicação do narrador.

Obs.: verbos de locução são aquele que visam introduzir a fala da personagem ou explicar quem falou. Alguns: replicar, argumentar, comentar, falar, responder, perguntar e tantos outros.

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